Mungiu na imprensa brasileira

A Palma de Ouro de Cannes ao diretor romeno Cristian Mungiu repercutiu positivamente no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Confira, abaixo, o artigo de 27 de maio do jornal O Estado de S. Paulo, de autoria de Flávia Guerra:

"Foi o ano da Romênia no 60º Festival de Cinema de Cannes. 4 meses, 3 semanas e 2 dias, de Cristian Mungiu levou neste domingo, 27, a Palma de Ouro 2007. "Estou muito feliz. Até poucas semanas atrás eu não tinha nem dinheiro para lançar o filme. Que esse prêmio sirva de incentivo a todos os pequenos cineastas do mundo, porque ele é prova de que não é preciso ter um absurdo de dinheiro para fazer um bom filme", declarou o diretor.

O grande prêmio do júri foi para Mogari no Mori, de Naomi Kawase. Paranoid Park, de Gus Van Sant, levou o prêmio especial pelo 60º aniversário do festival. O melhor roteiro foi para o turco Fatih Akin, pelo belíssimo The Edge of Heaven.

Melhor direção para Julian Schnabel por Le Scaphandre et le Papillon. O prêmio de melhor ator foi para o russo Konstantin Labronko, por The Punishment. Já a chinesa Jeon Do-Yeon recebeu o prêmio de melhor atriz por sua atuação em Secret Sunshine.

Prêmios do Júri foram para Persépolis, bela animação da iraniana Marjane Satrapi, e Stillet Light, de Carlos Reygadas. O melhor curta-metragem foi Ver llover, de Elisa Miller.

História angustiante

Quatro meses, Três Semanas e Dois Dias foi um dos primeiros filmes exibidos na mostra competitiva e liderou virtualmente desde o primeiro momento.

A trama se desenrola em um único dia e conta a história de Gabita, que faz um aborto ilegal, e das provações sofridas por sua amiga e cúmplice Otilia.

A popularidade do filme em Cannes condiz com o clima reinante entre os filmes da competição oficial, repletos de histórias angustiantes. Vários deles também incluem atuações de alto nível de suas atrizes principais.

Quatro meses, Três Semanas e Dois Dias foi um dos poucos filmes em Cannes este ano que uniu os críticos franceses e os do resto do mundo.

O abismo freqüentemente grande entre os dois grupos tornou esta 60.ª edição de Cannes ainda mais imprevisível que de costume, apesar do consenso geral de que a qualidade dos filmes da competição principal foi muito boa."