21.4.07

Bossa Nova pe romaneste

Bogdan Plech, copil de tata brazilian si mama romanca, este un tanar muzician brazilian nascut in Aracaju si care traieste in Nordestul Braziliei. In anul 2004 el a inregistrat un CD cu cantece din Bossa Nova in limba romana.

Iata interviul pe care Bogdan ni l-a dat:

TPRB: Bogdan, conte-nos um pouco de suas raízes romenas e de como seus pais se conheceram.
BP:
Meus pais se conheceram na Romênia na década de 60. Meu pai era estudante no Conservatório de Música Ciprian Porumbescu a convite do governo romeno e minha mãe, estudante de Letras. Então eles se conheceram coincidentemente num clube de xadrez.

TPRB: Como a música entrou na sua vida? Em que momento você decidiu se tornar músico? Como se deu sua formação musical e quais têm sido suas atividades na área?
BP:
Não preciso redundar, pois meu pai e meu avô eram músicos! que o diferencial é que eles eram na música erudita. Minha formação acadêmica é em Ciências da Comunicação, mas minha paixão sempre foi a música. E o violão eu toco desde os 20 anos de idade.

TPRB: Como você o papel da música brasileira na difusão da nossa cultura? Quais os seus projetos pessoais nesse sentido?
BP: A
música brasileira, no meu ponto de vista, é a mais bonita do mundo, e isso porque ela é a fusão do ritmo mais sofisticado que existe, que é o samba, com as melodias mais lindas que foram feitas por compositores geniais da nossa MPB. Mas como gosto é algo pessoal e é algo que não se discute, eu enfatizo o anteriormente dito: " no meu ponto de vista". Não tenho um "Projeto Pessoal". tenho um "Prazer Pessoal" que é cantar. Eu sempre levei a vida na flauta... e "deixo a vida me levar" como na música do Zeca Pagodinho. Nunca me preocupei com o futuro. Curto o presente como se fosse meu último dia, pois o futuro a Deus pertence. O importante é viver o momento e ser feliz.

TPRB: Como é a sua ligação pessoal com a Romênia? Você visitou o país? Que semelhanças e/ou diferenças você entre o Brasil e a Romênia?
BP: Conheço a Romênia e
inclusive fiz a sexta série na Escola 49 em 1981-1982. Na época, eu tinha uns 12 anos de idade. Essa escola era perto do Estádio 23 August. Minha ligação com a Romênia é de consideração, pois é o país onde minha mãe nasceu. Além do mais, sou ortodoxo de batismo, então tem uma ligação religiosa também. As diferenças entre o Brasil e a Romênia são grandes, eu sou do Nordeste e o nordestino é gozador, sorridente, tira onda com todo mundo etc. O romeno não é muito diferente do grego ou do italiano, ele é europeu e tipicamente age como um europeu. Eles são mais sérios, levam a vida a sério. O que eu estranhei quando estive na Romênia foi a reserva das pessoas, como se fossem desconfiadas, demoram bastante para fazer amizade e as pessoas não têm tempo para ficar batendo papo na rua como aqui, a correria é grande. Quando eu falei para o meu tio romeno que aqui em Salvador você pára na rua e começa a bater papo com o indivíduo estranho e ele te convida para dormir na casa dele, para tomar uma cervejinha no domingo (que você é de casa), ele estranhou e achou que era mentira minha. Mas no fundo o romeno é bastante humano quando faz amizade com a gente. Ele faz parte daquela parte humana da Europa, que inclui os países do sul, onde o povo é mais moreno e simpático. Tem um calor humano que cativa.

TPRB: Fale-nos um pouco desse projeto de interpretar canções da bossa nova em romeno.
BP:
Esse projeto nasceu em 2001 numa conversa com o professor do Conservatório de Joinville, Jair Corrêa, onde eu falei da idéia e o professor achou muito legal. Então eu coloquei o projeto em prática em 2002. A gravação do CD durou dois anos pois trabalhei mais ou menos em média uns 3 a 4 meses em cada música. Geralmente eu ensaio bastante uma música antes de tocar, mas quando chego no estúdio é rápido, no máximo 10 minutos (2 ou 3 repetições). A maioria das músicas foram traduzidas por minha mãe, que fez as correções gramaticais. Foram umas 12 músicas e eu gravei 7; aquelas que combinaram melhor com o ritmo da fonética, pois tem músicas que não permitem a interpretação do fonema em cima do som de modo que ele acabe no compasso exato junto com a batida do violão. No fim deu tudo certo. No momento estou trabalhando no meu segundo CD que é em português e que ficará pronto esse ano, mas algumas músicas estão no meu site para vocês escutarem.

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