22.1.08

Grandes romenos ignorados

Os apaixonados por técnica sabem que o Museu Nacional da Técnica Romena (do Parque Carol) porta o nome do engenheiro Dimitrie Leonida (1883-1965). Menos conhecido é o fato de que, formado pela Escola Real Técnica de Charlottenburg (1908), ele foi o iniciador e o autor do Complexo hidrográfico Bicaz (realizado nos anos 50) logo após o término de seus estudos. Ademais, seus irmãos e irmãs (totalizando sete) ficaram famosos com seus resultados notáveis mundialmente em diversas áreas. Assim, a primeira mulher engenheira do mundo foi Elisa Leonida (1887-1973), formada pela Politécnica Real de Charlottenburg, e que foi também uma brilhante pesquisadora química no Instituto Geológico. A Doutora Adela Leonida (1890-1928) efetuou mais de 8000 operações de olhos, devolvendo a visão aos pacientes do Hospital de Olhos Vatra Luminoasa. O General Paul Leonida (1895-1982) foi professor na Escola Superior de Guerra e diplomata.

Alexandrina (1875-1918), Natalia (1878-1948) e Maria Leonida (1885-1979) foram professoras que formaram dezenas de gerações de alunos. Mas o menos conhecido é o escultor Nicolae Leonida (1893-1942), co-autor da célebre estátua do Cristo Rei, situada no mais alto monte que domina o golfo do Rio e a cidade do Rio de Janeiro. A cabeça da estátua foi encomendada pelo escultor Landovski ao artista romeno, cuja obra se encontra sob a influência benéfica de Rodin e Bourdelle. Considerado o escultor da família real, à qual dedicou um importante número de bustos, Nicolae Leonida teve sua obra escondida nos depósitos do Museu Nacional de Arte em 1948, tendo sido proibida sua exibição pública (dentre as mais importantes esculturas encontram-se Eva, A Leitora, O Diabo, Soldado Ferido, Prometeu, São Jorge Matando o Dragão, A Ginasta etc.).

Todas estas informações foram impecavelmente desenvolvidas na monografia dedicada à família Leonida assinada por Gabriel I. Nastase, Mihai Olteanu e Paul Dudea (publicada pelas editoras Ion Basgan e Agir). O volume foi distinguido com o I Prêmio da Associação dos Jornalistas de Ciência.

Calin Stanculescu

Artigo publicado em 14 de agosto de 2006 pelo jornal Romania Libera

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